Veja um bebado...
    Economia que até bêbado entende...

Poesia Matemática.


Às folhas tantas do livro matemática
um Quociente apaixonou-se
um dia doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide, corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida paralela à dela
até que se encontraram no infinito."Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram(o que em aritmética correspondea almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaramao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. E enfim resolveram se casar
constituir um lar, mais que um lar, um perpendicular.
Convidaram para padrinhoso Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade integral e diferencial. E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos.
E foram felizes até aquele dia em que tudo vira afinalmonotonia.
Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,viciosos. Ofereceu-lhe, a ela,uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade. Era o triângulo, tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração, a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser moralidade
como aliás em qualquer sociedade.
Millôr Fernandes

1925,5


Sempre que um coleguinha que faz culinária, ou tecnólogo, ou programa me pede pra eu explicar a crise econômica eu começo por perguntar, por que ninguém pergunta pra um comediante o motivo de não reprisarem mais trapalhões, de não ter mais o "Rosto a Rosto" do Alberto Roberto ou porquê não vai se informar com um jornalista porquê Pedro de Lara não é apresentador assim como o wagner montes ou mesmo porquê o "Eu vi na TV" com João Kleber e "Dança Comigo" com Jonas Santana sairam do ar... 
Mas, muito pacientemente eu digo "comecemos por falar da Crise de 1929", fala um monte de fatos não comprovados, xingo a mãe do ouvinte e quando me dou conta confundi tudo, estou falando da Semana de Arte Moderna de 1922, chamando Oswald de Andrade de Roosevelt, Monteiro Lobato vira Keynes brincando, já que são os chatos que acham que sacam da p@#$% toda, que falam o que bem querem e depois escrevem "Sítio do Pica-Pau Amarelo" e "teoria geral do emprego, do juro, da moeda e como pegar muita mulher falando dessas coisas", o último escrito por Lobato (co-autor: Rabicó). Villa-Lobos é Churchill, visto que os dois dão uma bela contribuição para f@#$% tudo, cá pra nós, chinelo era modernidade demais (praiano a vida toda esse bachianas man) e padrão ouro.. so last week!

O Economista.

O economista é o novo advogado, é a nova categoria de profissional sem alma, uma corja de safados que nunca são objetivos em suas respostas incognoscíveis, economistas não prestam, não concordam entre si, nem com a mãe, se pudéssemos designar um signo a profissão seria escorpião com ascendente em virgem [muitos deles morrem assim]! Economistas se dividem primeiramente em duas classes: os que gostam de bigodes à nietzsche e os que têm cara de meninões de doutorado. Economistas com uma HP 12c em mãos derretem mais seu cérebro do que loló, HP 12c é aquela calculadora retrô brega demais com funções financeiras que quando está fazendo uma conta, que economista nenhum faria de cabeça, emitem a mensagem "running", a 17b por sua vez emite "spinning" e as anterios a 12 emitem "jogging". O economista se baseia em compras, vendas, roubos e relações comerciais em geral para se valer do seu poder de especialistas em coisas que o google te explica tão bem quanto. Jamais divida conta com um economista, ele vai palestrar, fazer você pagar a conta toda e incluirá nesta o preço de seu trabalho para convencê-lo de que você não passa de um otário. Economistas falam de tudo, geralmente falam mal e eles sempre tem soluções e gráficos pra essas coisas, economistas não caem em paradoxos [nem condorcet!], pelo menos não no começo do discurso quando você ainda só tá bocejando.
Economistas são agrupados em facções tais como monetaristas, keynesianos, neo-keynesianos e muitos outros, é como se no começo fosse só o comando vermelho, ocorre um racha, cria-se o terceiro comando, outro racha, terceiro comando puro e amigos dos amigos... "é tudo" bandido mesmo, ou economista, como queira!
Economistas seguem as tendências, a taxa de juros selic, bebem whisky, fumam charutos ou dependendo se você é monetarista ou keynesiano, irá fumar carlton ou marlboro light, tomam muito café e falam dele como se fosse vinho, mas, gostam de desfilar sua inteligência, que na margem é superior a do resto dos mortais, em botequins sujos acompanhados de cervejas nacionais. Escutam rock progressivo, los hermanos, jazz e como bons modistas adoram chorinho e sempre querem falar de lacan ou sartre, preferem facebook ao orkut e sempre dizem ler dostoievski.
Um economista competente é capaz de desenvolver um modelo estilizado bastante útil para descrever suas escolhas em muitos âmbitos, lógico que o modelo terá como hipóteses que você é loiro, tem olho cinza-avermelhado, 1m, e viverá até ln5 anos, sendo sua mãe, seu pai, sua renda, sua falta de caráter e muitas outras coisas variáveis exógenas ao modelo, mas, onde as curvas se cruzam, é lá, lá mesmo!
Quanto a mim, sou bastante inofensiva, uso minha HP 12c em modo algébrico...

Apresento-vos...

Tá lá, blog de economia pra quem não se relaciona muito bem com essa putaria, e pra todos os outros desocupados. É a economia chegando ao pobre, ao burro, ao feio, ao que já foi barrado na nuth, aos que não lêem o caderno de economia do globo, ou melhor aos que lêem o meia-hora e as vezes esbanjam lendo o extra que acham no banco do ônibus (sem falar nos que não gastam dinheiro com essa palhaçada e se sentem bastante informados pelo destak ou pelas manchetes expostas nas bancas de jornal da central) , é pra quem fala com convicção a maior asneira do mundo, é a economia dos malandros, do submundo, é a economia das mesas de sinuca com verde puído, cerveja no copo de plástico roído, dedo amarelo de cigarro barato e é claro, para os alunos de CR baixo!